quinta-feira, 12 de maio de 2011

Amor proibido


   Eu estou num lugar com sentimentos que não posso sentir. Um amor existente dentro de mim que é proibido. Um sentimento que vai ser inútil, porque não vai ser compensado. Um afeto que não posso sentir, que não posso falar que estou sentindo, um afeto que veio não sei por que. Maldito afeto baldio.
   Se já não bastasse ser um fracasso em tantos amores passados, me aparece esse agora que não posso nem sentir. Que eu não posso nem pelo menos dar uma pinta de que o sinto. Vai ter que ficar preso dentro de mim, e eu com vontade de expulsá-lo.
   O pior é que eu não sentia, há muito tempo, como estou me sentindo. Então espere aí, se já não bastasse ser um fracasso em tantos amores passados, me aparece esse agora que não posso nem sentir e, ainda, veio de uma forma que eu não sentia há tanto tempo.
   São desses afetos que você sente na adolescência. É como se fosse o primeiro amor, amor de pré. Amanhã, quando eu acordar, vou pensar que isso tudo foi uma bobagem imensa e ainda conseguir rir disso. Eu sei que isso não vai acontecer, falsidade minha comigo mesmo.
   É uma coisa tão estranha, porque eu senti sabendo que não podia, e mais, sabendo que tudo isso um dia vai ter que acabar. E ainda falam que esse tal de amor proibido é bom, eu não acho. E nem é amor, é afeto. É diferente. É tipo desejar sem poder ter.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Texto moderno

Ele: Nó, vontade de chorar.
Ela: Por quê?
Ele: Porque eu estou com vontade de ser feliz.
Ela: Você não é feliz?
Ele: Não.
Ela: O que te falta?
Ele: Amor.
Ela: Como assim?
Ele: Falta alguém que vá me amar e ser feliz junto comigo. Alguém que nunca vá me deixar sozinho.
Ela: E se você não encontrar?
Ele: Vou morrer fingindo ser feliz.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Dor do que acabou


    Tantas foram as vezes que me senti assim: perdendo o que era bom, sem ter ou saber o que fazer para segurar aquilo que me fazia bem. Através desses medos, dessas dores, desses sentimentos de solidão, decidi sempre exaltar meus sentimentos para quem estava sempre ao meu lado. Não há nada melhor do que você sentir alguém perto, sem mesmo falar uma palavra, apenas ouvindo você dizer aquilo que estava lhe causando tanta dor.
    Nesses momentos, ouvia dizer que era drama, que eu estava sendo bobo, que eu devia esquecer tudo que estava me fazendo chorar, desesperar, perder meu sono. Mas como? Nessas horas eu pensava no que fazer para que isso aconteça? Como vou parar de chorar, se eu estou amando alguém que me deixou? Como vou esquecer alguém que me faz sentir um frio na barriga quando ao menos ouço o seu nome? Como vou ficar alegre se quem eu amo, nem se quer gosta de mim? Essas respostas eu nunca tive.
   Quando tudo acaba, o sentimento de esperança ainda existe dentro da gente. Esperamos mensagens lindas, esperamos atitudes, esperamos e nunca acontece. Por que esperamos? Até hoje espero abraços, espero um “oi” de quem nem quer me ver.
   Sempre procurei abraços nos braços de quem podia ouvir minhas histórias, de quem podia me entender, de quem podia estar ao meu lado mesmo eu estando errado. Sempre chorei nos ombros de quem podia secar minhas lágrimas apenas me ouvindo. Faça o mesmo, pode ser bom.
   Guardar os sentimentos escuros dentro de um coração que procura uma luz por muito tempo, vai lhe afundar num poço sem chances de resgate. Desabafe, chore, conte a quem vá te ouvir uma, duas ou três horas de história e não vai cansar de estar ali. Chore no ombro de quem, mesmo estando encharcado de outras lágrimas, vá ainda conseguir secar todas as suas. Vá sem medo de se sentir fraco. Vá com vontade de curar aquilo que te faz reprimido. Vá sem ter esperanças daquilo que já acabou. Apenas vá e desmorone todas as suas dores.

   Não permaneça sentindo amor por quem te causa dor, dê chance de amar a quem quer te ver sorrir e não chorar.